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Текст книги "Uma Terra De Fogo"


  • Текст добавлен: 10 апреля 2017, 13:37


Автор книги: Morgan Rice


Жанр: Зарубежное фэнтези, Зарубежная литература


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Morgan Rice
Uma Terra De Fogo (Livro N 12 Da Série O Anel Do Feiticeiro)

Sobre Morgan Rice

Morgan Rice é a autora do bestseller Nº1 de DIÁRIOS DE UM VAMPIRO, uma série destinada a jovens adultos composta por onze livros (em progresso); da série bestseller Nº1 TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA, um thriller pós-apocalíptico composto por dois livros (em progresso); e da série bestseller Nº1 de fantasia épica O ANEL DO FEITICEIRO, composta por treze livros (e contando).

Os livros de Morgan estão disponíveis em áudio e versões impressas, e traduções dos livros estão disponíveis em alemão, francês, italiano, espanhol, português, japonês, chinês, sueco, holandês, turco, húngaro, eslovaco (e mais idiomas em breve).

TRANSFORMADA (Livro Nº1 da série Diários de um Vampiro), ARENA UM (Livro Nº1 da série Trilogia de Sobrevivência), EM BUSCA DE HERÓIS (Livro Nº1 da série O Anel do Feiticeiro), e A ASCENSÃO DOS DRAGÕES (Livro Nº 1 da série Reis e Feiticeiros) estão disponíveis gratuitamente!

Morgan gosta de ouvir sua opinião, então por favor, sinta-se à vontade em visitar www.morganricebooks.com para se juntar à lista de correspondência, receber um livro grátis, receber brindes, efetuar o download do aplicativo gratuito, receber as últimas notícias exclusivas, se conectar com o Facebook e o Twitter, e manter contato!

Críticas aos Livros de Morgan Rice

“O ANEL DO FEITICEIRO reúne todos os ingredientes para um sucesso instantâneo: tramas, intrigas, mistério, bravos cavaleiros e relacionamentos repletos de corações partidos, decepções e traições. O livro manterá o leitor entretido por horas e agradará a pessoas de todas as idades. Recomendado para fazer parte da biblioteca permanente de todos os leitores do gênero de fantasia.”

– Books and Movie Reviews, Roberto Mattos.

“Rice consegue prender a atenção do leitor desde o começo através de uma descrição detalhada que transcende a mera construção da ambientação… Muito bem escrito e de leitura fácil.”

– Black Lagoon Reviews (em relação a Transformada)

“Uma estória ideal para jovens leitores. Morgan Rice fez um bom trabalho ao construir uma trama interessante… Refrescante e único. A série gira em torno de uma garota… uma garota extraordinária! Leitura fácil, de ritmo extremamente rápido.”

– The Romance Reviews (em relação a Transformada)

“Prendeu minha atenção desde o começo e não consegui largar… Essa estória de uma incrível aventura é rápida e recheada de ação desde o começo. Não há um único momento entediante no livro.”

– Paranormal Romance Guild (em relação a Transformada)

“Recheado de ação, romance, aventura, e suspense. Adquira já sua cópia e apaixone-se mais uma vez.”

– vampirebooksite.com (em relação a Transformada)

“Excelente trama, você terá dificuldades em largar este livro para dormir. O final tem um gancho tão espetacular que você sentirá vontade de adquirir o próximo livro apenas para descobrir o que acontece a seguir.”

– The Dallas Examiner (em relação a Amada)

“Um livro que pode ser comparado a CREPÚSCULO and DIÁRIOS DO VAMPIRO, que você terá vontade de continuar lendo até a última página! Se você gosta de aventura, romance e vampiros, este é o livro para você!”

– Vampirebooksite.com (em relação a Transformada)

“Morgan Rice prova mais uma vez ser uma contadora de estórias talentosa…Este livro é ideal para vários públicos, incluindo os fãs mais jovens do gênero de fantasia e vampiros. O livro termina com um gancho inesperado que deixará os leitores chocados.”

– The Romance Reviews (em relação a Amada)
Livros de Morgan Rice
REIS E FEITICEIROS
A ASCENSÃO DOS DRAGÕES (Livro n 1)
A ASCENSÃO DOS BRAVOS (Livro n 2)
O ANEL DO FEITICEIRO
EM BUSCA DE HERÓIS (Livro n 1)
UMA MARCHA DE REIS (Livro n 2)
UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro n 3)
UM GRITO DE HONRA (Livro n 4)
UM VOTO DE GLÓRIA (Livro n 5)
UMA CARGA DE VALOR (Livro n 6)
UM RITO DE ESPADAS (Livro n 7)
UM ESCUDO DE ARMAS (Livro n 8)
UM CÉU DE FEITIÇOS (Livro n 9)
UM MAR DE ESCUDOS (Livro n 10)
UM REINADO DE AÇO (Livro n 11)
UMA TERRA DE FOGO (Livro n 12)
UM GOVERNO DE RAINHAS (Livro n 13)
UM JURAMENTO DE IRMÃOS (Livro n 14)
UM SONHO DE MORTAIS (Livro n 15)
UM TORNEIO DE CAVALEIROS (Livro n 16)
O PRESENTE DA BATALHA (Livro n 17)
TRILOGIA DE SOBREVIVÊNCIA
ARENA UM: TRAFICANTES DE ESCRAVOS (Livro n 1)
ARENA DOIS (Livro n 2)
MEMÓRIAS DE UM VAMPIRO
TRANSFORMADA (Livro 1)
AMADA (Livro 2)
TRAÍDA (Livro 3)
DESTINADA (Livro 4)
DESEJADA (Livro 5)
COMPROMETIDA (Livro 6)
VOWED (Livro 7)
ENCONTRADA (Livro 8)
RESSUSCITADA (Livro 9)
COBIÇADA (Livro 10)
PREDESTINADA (Livro 11)

Ouça a série O ANEL DO FEITICEIRO em áudio livro!

Copyright © 2014 por Morgan Rice

Todos os direitos reservados. Exceto conforme permitido pela Lei de Direitos Autorais dos EUA de 1976, nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, ou armazenada em um banco de dados ou sistema de recuperação, sem a autorização prévia da autora.

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Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, empresas, organizações, entidades, eventos e incidentes são produto da imaginação do autor ou foram usados de maneira fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é mera coincidência.

©iStock.com/© frentusha

“Assim, dou-lhe as costas:
O mundo é muito grande.”
– William Shakespeare
Coriolano

CAPÍTULO UM

Gwendolyn, na costa das Ilhas Superiores, olha para o mar, assistindo horrorizada quando a neblina se aproxima e começa a envolver seu bebê. Ela tem a sensação de que seu coração está partindo em dois ao ver Guwayne se afastar cada vez mais, desaparecendo em meio à nevoa no horizonte distante. A maré o carrega para o desconhecido, e seu filho fica mais longe de seu alcance a cada segundo.

Lágrimas rolam pelo rosto do Gwendolyn enquanto ela observa, incapaz de se afastar e completamente entorpecida. Ela perde toda a noção de tempo e espaço, e já não sente o seu próprio corpo. Uma parte dela morre enquanto ela vê a pessoa que ela mais ama no mundo ser levada pela corrente marítima. É como se uma parte de Gwen tivesse sido levada para o meio do oceano com ele.

Gwen se odeia por ter feito o que fez, – mas ao mesmo tempo, ela sabe que aquela tinha sido a única maneira possível de talvez salvar seu filho. Ela ouve o som de rugidos e trovões no horizonte atrás dela e sabe que, em breve, toda aquela ilha seria consumida pelas chamas – e nada que ela pudesse fazer seria capaz de salvá-los. Nem Argon, que continua deitado em um estado indefeso; nem Thorgrin, que está em algum lugar distante, na Terra dos Druidas; nem Alistair ou Erec, que estão muito longe dali, nas Ilhas do Sul; e certamente nem Kendrick ou os Prata ou qualquer um dos corajosos homens que ali se encontram – nenhum deles possui os poderes necessários para combater um dragão. Mágica é do que eles precisam – e também é a única coisa de que não dispõem.

Eles tinham tido sorte ao conseguirem escapar do Anel e, agora, o destino os havia alcançado. Não há mais como correr e nenhum lugar onde poderiam se esconder. É hora de encarar de frente a morte que há muito tempo os perseguia.

Gwendolyn se vira, olha para o horizonte oposto e vê – mesmo daquela distância, uma massa escura de dragões que se aproxima rapidamente, voando na direção deles. Gwen tem pouco tempo; ela não quer morrer ali sozinha naquela costa, e sim junto ao seu povo, protegendo-os o máximo que lhe for possível.

Ela dá uma última olhada na direção do mar, esperando ver Guwayne uma última vez.

Mas não há nada. Guwayne está muito longe dela agora, em algum lugar do horizonte, sendo levado em direção a um mundo que ela jamais conheceria.

Por favor, Deus, Gwen reza. Esteja com ele. Leve minha vida no lugar da dele. Eu farei qualquer coisa. Mantenha Guwayne em segurança. Permita que eu volte a segurá-lo em meus braços. Eu lhe imploro. Por favor.

Gwendolyn abre os olhos, esperando ver algum sinal, talvez um arco íris no céu – qualquer coisa.

Mas o horizonte está vazio. Não há nada exceto nuvens tempestuosas escuras, como se o universo estivesse furioso com ela pelo que Gwen havia feito.

Soluçando, Gwen dá as costas para o oceano mais uma vez, – dá as costas para o que ainda restava de sua vida, e começa a correr, aproximando-se a cada passo do momento em que enfrentaria o mal ao lado de seu povo pela última vez.

*

Gwen fica em pé nos parapeitos superiores do antigo forte de Tirus, rodeada por dezenas de seus companheiros, entre eles seus irmãos Kendrick e Reece, e Godfrey, além de seus primos Matus e Stara, Steffen, Aberthol, Srog, Brandt, Atme, e todos os cavaleiros da Legião. Todos observam o céu, em silêncio sombrio, cientes do que estava prestes a acontecer com todos eles.

Eles ficam ali parados, completamente impotentes e ouvindo o barulho distantes dos rugidos enquanto Ralibar luta por eles – um único e corajoso dragão fazendo o possível para segurar o exército de dragões inimigos. O coração de Gwen se enche de orgulho ao assistir Ralibar lutando, tão forte e corajoso; um dragão diante de dezenas e, ainda assim, sem demonstrar qualquer temor. Ralibar cospe fogo nos dragões, erguendo suas grandes garras para arranhá-los, agarrando-os e enfiando suas enormes presas em seus pescoços. Ele não só é mais forte do que os outros, mas também é mais rápido. É impressionante observá-lo em ação.

Enquanto Gwen assiste, seu coração se enche mais uma vez com uma pontada de esperança; uma parte dela ousa acreditar que Ralibar talvez possa derrotá-los. Ela vê Ralibar desviar e mergulhar quando três dragões assopram fogo em seu rosto, errando o alvo por pouco. Ralibar mergulha para a frente e enfia suas garras no peito de um dos dragões, usando seu impulso para empurrá-lo na direção do oceano.

Vários dragões assopram fogo nas costas de Ralibar quando ele mergulha, e Gwen assiste horrorizada quando Ralibar e o outro dragão se tornam uma bola flamejante, despencando em direção ao mar. O dragão tenta resistir, mas Ralibar usa todo o seu peso para empurrá-lo na direção das ondas – e logo, ambos caem dentro do oceano.

Ouve-se um grande chiado, e nuvens de vapor se erguem quando as águas do mar apagam o fogo. Gwen observa ansiosa, torcendo para que ele esteja bem – e momentos depois, Ralibar ressurge, sozinho. O outro dragão logo aparece, mas ele seu corpo está inerte, boiando nas ondas, morto.

Sem hesitar, Ralibar dispara para o céu, rumo às dezenas de outros dragões que mergulham na direção dele. Ao mesmo tempo em que eles descem, com suas grandes mandíbulas abertas com a intenção de mordê-lo, Ralibar parte para o ataque: ele estica suas imensas garras, inclinando-se para trás, abre suas asas e agarra dois deles ao mesmo tempo em que gira e os empurra para dentro do mar.

Ralibar os segura dentro da água, mas ao fazer isso, dezenas de dragões atacam suas costas expostas. O grupo inteiro mergulha para dentro do mar, levanto Ralibar junto com eles. Ralibar, por mais destemidamente que esteja lutando, está simplesmente em grande desvantagem, e é levado para o fundo do mar debatendo-se, preso por dezenas de dragões que gritam enfurecidos.

Gwen suspira, seu coração aos pedaços ao ver Ralibar lutando com tanta coragem por todos eles, enfrentando sozinho todos aqueles dragões; tudo o que ela mais quer é poder ajudá-lo. Ela vasculha o mar diante dela, procurando, esperançosa, por qualquer sinal de Ralibar e torcendo para encontrá-lo.

Mas para sua tristeza, ele não aparece.

Os outros dragões ressurgem, – voando para o céu e se reagrupando, e voltam suas atenções para as Ilhas Superiores. Eles parecem olhar diretamente para Gwendolyn ao darem um grande rugido ao mesmo tempo em que estendem suas asas.

Gwen sente seu coração partir. Seu grande amigo Ralibar, a última esperança de seu povo, sua última forma de resistência, havia morrido.

Gwen se vira para seus homens, que observam paralisados pelo choque. Eles sabem o que viria a seguir: uma inevitável onda de destruição.

Gwen se sente pesada; ela abre a boca, mas as palavras ficam presas em sua garganta.

"Soem os alarmes," ela diz finalmente com a voz rouca. "Levem nosso posso para o abrigo. Todas as pessoas aqui em cima precisam descer, agora. Levem-nos para cavernas, porões – qualquer lugar, menos aqui. Levem-nos – agora!"

"Soem os alarmes!" Steffen grita, correndo para a entrada do forte e gritando para os soldados no pátio. Logo, os sinos tocam por toda a praça. Centenas de seus súditos, sobreviventes do Anel, começam a fugir, correndo para se esconderem, indo para cavernas nos arredores da cidade ou descendo para os porões e adegas no subsolo, preparando-se contra a inevitável onda de fogo que certamente viria.

"Minha rainha," Srog diz, voltando-se para ela, "talvez possamos todos nos refugiar no forte. Afinal de contas, ele é feito de pedras."

Gwen balança a cabeça.

"Você não conhece a fúria dos dragões," ela diz; "Nada que estiver na superfície estará seguro. Absolutamente nada."

"Mas minha senhora, talvez nós fiquemos mais seguros dentro do forte," ele insiste. "Ele resistiu ao teste do tempo. As paredes de pedras têm quase um metro de espessura. Não seria melhor ficarmos aqui do que embaixo da terra?"

Gwen balança a cabeça. Há um rugido, e ela olha para o horizonte e pode ver que os dragões se aproximam. Seu coração se sobressalta ao ver, à distância, os dragões assoprando uma parede de fogo em sua frota, que continua atracada no porto ao sul das ilhas. Ela assiste horrorizada quando seus preciosos navios, sua única forma de escapar daquelas ilhas – navios belíssimos cuja construção tinha levado anos, são reduzidos a nada além de brasas. Ela fica satisfeita por ter previsto aquilo, e feliz por ter escondido alguns navios no outro lado da ilha. Gwen espera apenas que eles sobrevivam para poder usá-los.

"Não temos tempo para discussões. Todos deixaremos esse lugar imediatamente. Sigam-me."

Eles seguem Gwen enquanto ela se apressa em descer os degraus da escada em espiral o mais rápido que consegue; enquanto ela avança, Gwen instintivamente faz menção de apertar Guwayne contra o peito – e então seu coração se parte mais uma vez ao se lembrar que ela não estava mais ali. Ela sente que uma parte dela está faltando enquanto desce os degraus dois de cada vez, ouvindo os passos de todas as pessoas atrás dela enquanto se apressam para ir até um lugar mais seguro. Gwen pode ouvir os rugidos distantes dos dragões que se aproximam – e que já começam a sacudir as paredes do forte, e reza apenas para que Guwayne esteja seguro.

Gwen sai do castelo e atravessa o pátio correndo junto com os outros, todos dirigindo-se até a entrada das masmorras, há muito tempo sem qualquer prisioneiro. Vários de seus soldados os aguardam diante dos portões de ferro que se abrem para uma série de degraus que dão acesso ao subsolo, e antes de entrarem Gwen para e se volta para os seus companheiros.

Ela vê várias pessoas que parecem perdidas no pátio, gritando de medo e sem saber ao certo para onde ir.

"Venham aqui!" ela grita para eles. "Desçam ao subsolo! Venham todos!"

Gwen abre caminho, certificando-se de que todos estejam em segurança primeiro, e um por vez, todos os seus amigos e súditos passam por ela descendo os degraus em direção à escuridão.

As últimas pessoas a pararem ao lado dela são seus irmãos, Kendrick, Reece e Godfrey, assim como Steffen. Os cinco se viram e vasculham o céu juntos ao mesmo tempo em que ouvem mais um rugido.

O grupo de dragões agora está tão perto que Gwen já pode vê-los a centenas de metros de distância, com suas grandes asas abertas, todos eles parecendo encorajados e cheios de fúria. Suas grandes mandíbulas estão completamente abertas, como se ansiosos para parti-los em pedaços, e seus dentes são tão grandes quanto Gwendolyn.

Então, pensa Gwendolyn, essa é a verdadeira aparência da morte.

Gwen dá uma última olhada pelo pátio, e vê centenas de seus súditos procurando refúgio em suas próprias casas, recusando-se a se esconder nas masmorras.

"Eu lhes disse para irem para algum lugar subterrâneo!" grita Gwen.

"Algumas pessoas lhe ouviram," Kendrick observa com tristeza, balançando a cabeça, "mas muitas recusaram-se a seguir seu conselho."

Gwen se decepciona, sendo tomada pela tristeza. Ela sabe o que aconteceria com aqueles que ficassem ali em cima. Por que seu povo tinha que ser tão obstinado?

E é então que acontece – o primeiro dragão assopra fogo na direção deles, longe o suficiente para não queimá-los, mas já perto o bastante para que Gwen possa sentir o calor aquecendo o seu rosto. Ela ouve horrorizada quando gritos surgem ao redor do forte, vindos de pessoas do outro lado do pátio que haviam decidido esperar em cima, dentro de suas casas ou escondidas na fortaleza de Tirus. O forte de pedras, tão indomável apenas momentos antes, agora está incendiado, com chamas saindo pelas janelas de todos os lados como se ele não fosse nada além de uma casa de fogo, reduzido a brasas em uma questão de minutos. Gwen engole em seco, sabendo que se eles tivessem tentado resistir dentro do forte, logo todos estariam mortos.

Muitos não têm tanta sorte: eles gritam, em chamas, correndo pelas ruas antes de caírem mortos no chão de pedras. O cheiro horrível de carne queimada toma conta do ar.

"Minha senhora," Steffen diz, "temos que prosseguir. Agora!"

Gwen não consegue tirar os olhos da cena diante dela, mas sabe que não tem escolha e que ele está certo. Ela se deixa levar pelos outros, sendo guiada pelos portões, descendo os degraus através da escuridão ao mesmo tempo em que uma onda de fogo vem na direção dela. As portas de aço se fecham um segundo antes das chamas a alcançarem, e ela as ouve batendo atrás dela, sentindo como se uma porta estivesse se fechando em seu coração.

CAPÍTULO DOIS

Alistair, soluçando, se ajoelha ao lado do corpo de Erec, segurando-o com força, seu vestido completamente coberto de sangue. Ao abraçá-lo, o mundo parece girar em torno dela, e ela sente a vida começando a deixar o corpo dele. Erec, ferido pela espada, está gemendo, e ela pode sentir pelos ritmos de seu pulso que ele está morrendo.

"NÃO!" Alistair geme, segurando-o em seus braços, embalando seu corpo inerte. Ela sente seu próprio coração se partir em dois enquanto o segura junto a si, e sente que ela própria está morrendo. Este homem com quem ela estava prestes a se casar, que havia olhado para ela com tanto amor apenas momentos antes, agora deita praticamente morto em seus braços; ela mal pode processar tudo aquilo. Ele havia sido atacado desprevenido, repleto de amor e alegria; estava desavisado por causa dela. Por conta de sua brincadeira estúpida, por causa de seu pedido para que ele fechasse os olhos até que ela se aproximasse com seu vestido. Alistair se sente tomada pela culpa, como se tudo aquilo tinha acontecido apenas por causa dela.

"Alistair," ele geme.

Ela olha para baixo e vê os olhos dele semi abertos, e percebe que eles estão se tornando turvos quando a vida começa a deixá-los.

"Por favor, saiba que isso não é sua culpa," ele sussurra. "E saiba o quanto eu a amo."

Alistair chora, segurando-o junto ao peito, e sentindo seu corpo ficando cada vez mais frio. Ao mesmo tempo, algo desperta dentro dela, algo que reconhece a injustiça de tudo aquilo, um sentimento que simplesmente se recusa a permitir que ele morra.

Alistar de repente sente uma sensação familiar, um formigamento semelhante a milhares de agulhas nas pontas de seus dedos, e ela sente todo seu corpo se aquecer da cabeça aos pés. Uma estranha força toma conta dela, algo forte e primitivo, uma força que ela não é capaz de compreender; ela é mais forte do qualquer outra força que ela já havia sentido em toda sua vida, como se um espírito exterior estivesse tomando posse de seu corpo. Ela sente suas mãos e braços queimando como brasas, e instintivamente os estica e coloca as palmas das mãos sob o peito e testa de Erec.

Alistair as deixa ali, suas mãos queimando como nunca antes, e então fecha os olhos. Imagens passam diante de seus olhos. Ela vê Erec ainda jovem, deixando as Ilhas do Sul, tão orgulhoso e nobre, em pé em um grande navio; e então o vê entrando para a Legião; sendo aceito como um membro da Prata; participando de justas, tornando-se um campeão, derrotando inimigos e defendendo o Anel. Ela o vê com sua postura ereta e perfeita, montado em seu cavalo vestindo sua armadura de prata – um exemplo de nobreza e coragem. Ela sabe que não poderia deixar que ele morresse; o mundo não poderia deixar que ele morresse.

As mãos de Alistair ficam ainda mais quentes, e ela abre os olhos e vê quando os dele se fecham. Ela também vê uma luz emanando de suas mãos, espalhando-se por todo o corpo de Erec; vê todo o seu corpo infundido por ela, envolto por um globo de luz. Enquanto ela observa, ela vê suas feridas, ainda sangrando, lentamente começarem a se fechar.

Os olhos de Erec se abrem de repente, cheios de luz, e ela sente algo mudar dentro dele. Seu corpo, momentos antes tão frio, começa lentamente a se aquecer. Ela sente sua força vital começar a retornar.

Erec olha para ela com surpresa e admiração, e ao fazer isso, Alistair de repente sente sua própria energia esgotar-se à medida que sua força vital diminui ao ser transferida para ele.

Os olhos dele se fecham e ele adormece profundamente. As mãos de Alistair de repente ficam frias, e ela verifica o pulso de Erec e vê que seus batimentos voltaram ao normal.

Ela suspira aliviada, sabendo que havia trazido seu amor de volta à vida. Suas mãos tremem, cansadas após a experiência, e ela se sente esgotada e ao mesmo tempo animada.

Obrigada, ela pensa, ao se abaixar e encostar seu rosto no peito de Erec, abraçando-o enquanto chora lágrimas de alegria. Obrigada por não ter tirado meu marido de mim.

Alistair para de chorar e observa a cena ao seu redor: ela vê a espada de Bowyer jogada no chão de pedra, seu punho e lâmina ainda cobertos de sangue. Ela odeia Bowyer mais do que qualquer coisa que ela pode imaginar, e está determinada a se vingar pelo que ele tinha feito com Erec.

Alistair estica o braço e pega a espada ensanguentada; suas mãos se sujam de sangue quando ela ergue a espada, examinando-a. Quando ela se prepara para se livrar dela, para jogá-la do outro lado da sala – de repente a porta do quarto se abre.

Alistair se vira com a espada ensanguentada nas mãos, e vê a família de Erec entrando no quarto, acompanhada de uma dúzia de soldados. Quando eles se aproximam, suas expressões confusas se transformam em expressões de horror ao verem Erec deitado inconsciente no chão.

"Mas o que foi que você fez?" grita Dauphine.

Alistair olha para ela, sem compreender.

"Eu?" ela pergunta. "Eu não fiz nada."

Dauphina a encara com ódio ao mesmo tempo em que se aproxima.

"A não fez nada?" "Você só matou o maior e melhor cavaleiro das Ilhas!"

Alistair olha para ela horrorizada ao perceber por que todos estavam olhando para ela como se ela fosse uma assassina.

Ela olha para baixo e vê a espada ensanguentada em suas mãos, vê o sangue em seu vestido e percebe que todos deveriam estar pensando que ela havia feito aquilo.

"Mas não foi eu que o ataquei!" Alistair protesta.

"Ah, não?" Dauphine a acusa. "Então como foi que a espada apareceu magicamente em suas mãos?"

Alistair olha ao redor do quarto, ao mesmo tempo em que todos começam a se aproximar dela.

"Foi um homem que fez isso. O homem que o desafiou no campo de batalhas: Bowyer."

Os outros se entreolha, céticos.

"Ah, foi mesmo?" Dauphine pergunta. "E onde está esse homem?" ela pergunta, procurando pelo quarto.

Alistair não vê qualquer sinal dele, e percebe que todos devem achar que ela estava mentindo.

"Ele fugiu," ela explica. "Depois de tê-lo atacado."

"E então como foi que essa espada foi parar em suas mãos?" Dauphine pergunta.

Alistair olha para a espada em suas mãos horrorizada e a joga no chão, fazendo barulho no chão de pedras.

"Mas por que eu mataria meu futuro marido?" ela pergunta.

"Você é uma feiticeira," Dauphine fala, encarando-a de perto agora. "Pessoas como você não merecem nossa confiança. Ah, meu pobre irmão!" Dauphine fala, correndo para a frente e ajoelhando-se ao lado de Erec, ficando entre ele e Alistair. Dauphine abraça Erec, segurando-o com força.

"Mas o que foi que você fez?" Dauphine geme entre lágrimas.

"Mas eu sou inocente!" exclama Alistair.

Dauphine se vira para ela com uma expressão de ódio, e então se dirige aos seus soldados.

"Prendam-na!" ela ordena.

Alistair sente suas mãos sendo presas atrás de seu corpo ao mesmo tempo em que ela é forçada a ficar em pé. Não lhe restam mais energias, e ela é incapaz de resistir quando os guardas prendem seus pulsos em suas costas e começam a arrastá-la para longe. Ela não se importa mais com o que possa acontecer com ele – embora, ao ser levada, ela não consegue suportar a ideia de ser separada de Erec. Não agora, quando ele mais precisa dela. A cura que ela havia lhe dado era apenas temporária; ela sabe que ele logo precisaria de mais uma sessão, e se ele não a recebesse, ele certamente morreria.

"NÃO!" ela grita. "Solte-me!"

Mas seus gritos não surtem qualquer efeito e ela é levada embora, amarrada, como se ela fosse apenas uma criminosa comum.


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