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Текст книги "Uma Terra De Fogo"


  • Текст добавлен: 10 апреля 2017, 13:37


Автор книги: Morgan Rice


Жанр: Зарубежное фэнтези, Зарубежная литература


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Mycoples dá um grito com raiva e, juntos, os dois mergulham em direção à frota de Romulus.

Thor sente o vento e as nuvens passando por seus cabelos e pelo seu rosto e também solta um grande grito de batalha. Mycoples ruge para se igualar à sua raiva e eles mergulham ainda mais; ela abre suas grande mandíbulas e assopra fogo sobre a frota de Romulus.

Logo, uma parede de fogo se esparrama pelo oceano, incendiando um navio após o outro. Dezenas de milhares de navios estão diante deles, mas Mycoples não desanima, abrindo sua mandíbula e assoprando fogo sem desistir. As chamas se espalham como se fossem uma parede contínua, e os gritos dos homens preenchem o ar.

O fogo de Mycoples começa a enfraquecer e, logo nenhum fogo sai quando ela assopra. Thor sabe que ela está morrendo diante de seus olhos. Ela voa cada vez mais baixo, fraca demais para cuspir fogo. Mas ela ainda não está fraca demais para usar seu corpo como uma arma, e em vez de assoprar fogo, ela abaixa até os níveis dos navios mirando suas escamas enrijecidas para cima deles, como um meteoro caindo do céu.

Thor se prepara para o impacto e se segura com toda a sua força enquanto ela mergulha direto para cima dos navios, e o som de madeira se partindo preenche o ar. Ela atravessa diversos navios, um depois do outro, indo e voltando enquanto destrói vários navios, Thor se segura ao mesmo tempo em que pedaços de madeira voam ao seu redor vindos de todas as direções.

Finalmente, Mycoples não consegue mais seguir em frente. Ela para no meio da frota, flutuando na água, depois de ter destruído muitos navios, mas ainda cercada por milhares deles. Thor continua montado nela enquanto ela flutua, respirando suavemente,

Os navios que ainda restam se voltam na direção deles. Logo o céu se escurece, e Thor ouve um zumbido. Ele olha para cima e vê uma chuva de flechas se aproximando deles. De repente, ele é invadido por uma dor alucinante ao ser perfurado por dezenas de flechas sem ter onde se esconder. Mycoples também é ferida pelas flechas, e ambos começas a afundar nas ondas, dois grandes heróis que acabavam de lutar a maior batalha de suas vidas. Eles havia destruído os dragões e grande parte da frota do Império. Eles tinham feito mais do que um exército inteiro tinha sido capaz de fazer.

Mas agora não lhes restava qualquer alternativa, eles poderiam morrer. Enquanto Thor é ferido por flecha após flecha, afundando cada vez mais, ele sabe que não lhe resta mais nada a fazer a não ser se preparar para morrer.

CAPÍTULO SETE

Alistair se vê em pé sob uma passarela suspensa e, ao olhar baixo, ela vê ondas arrebentando violentamente contra grandes rochas pontiagudas, o som preenchendo os seus ouvidos. Uma forte rajada de vento a desequilibra e, ao olhar Alistair para cima, como em tantos outros sonhos em sua vida, ela vê um castelo construído em cima de um penhasco, protegido por uma enorme e brilhante porta de ouro. Diante dela está uma única figura solitária, uma silhueta, com as mãos estendidas como se para abraçá-la – embora Alistair não possa ver seu rosto.

"Minha filha," a mulher diz.

Ela tenta dar um passo na direção dela, mas suas pernas estão presas, e ela olha para baixo e percebe que ela está algemada ao chão. Por mais que ela tente, Alistair não consegue se mover.

Ela estica os braços para tentar alcançar sua mãe e chora desesperadamente: "Mamãe, salve-me!

De repente, Alistair sente o mundo passar diante de seus olhos, sente seu corpo despencando, e vê que a passarela está desmoronando sob seus pés. Ela cai com as algemas penduradas atrás dela, e despenca em direção ao oceano levando uma seção inteira da passarela junto com ela.

Alistair se sente entorpecida quando seu corpo afunda nas águas gélidas dos oceano, ainda algemada. Ela se sente afundando, e ao olhar para cima vê a luz do sol ficando cada vez mais distante.

Alistair abre os olhos e se vê sentada em uma pequena cela de pedra, em um lugar que ela não reconhece. Diante dela está sentada uma única figura, e ela o reconhece vagamente: O pai de Erec. O rosto dele se contorce ao olhar para ela.

"Você matou meu filho," ele diz. "Por que?"

"Eu não o matei!" ela protesta.

Ele faz uma careta;

"Você será sentenciada à morte," continua ele.

"Eu já disse que não matei Erec!" Protesta Alistair. Ela fica em pé e tenta partir para cima dele, mas mais uma vez se vê algemada, desta vez à parede.

Uma dúzia de guardas aparece atrás do pai de Erec, vestindo armaduras negras e elmos formidáveis – e o som de suas esporas preenche a cela. Eles se aproximam e agarram Alistair com violência, arrancando-a da parede. Mas seus pés ainda estão presos, e eles esticam seu corpo cada vez mais.

""Não!" Alistair ela grita, sendo praticamente partida ao meio.

Alistair acorda, coberta de suor, e olha a sua volta, tentando descobrir onde está. Ela está desorientada; ela não reconhece a cela pequena e mal iluminada onde se encontra, as antigas paredes de pedra ou as barras de metal nas janelas. Ela se vira, tentando andar, ouve um barulho familiar e olha para baixo e vê que seus calcanhares estão algemados à parede. Ela tenta se soltar, mas não consegue; as algemas de ferro estão apertadas, e cortam sua pele sensível.

Alistair olha ao seu redor e percebe que está em uma pequena cela quase no subsolo, a única luz natural vindo de uma pequena janela cortada na pedra e bloqueada pelas barras de ferro. Ela ouve aplausos e gritos distantes e, curiosa, se aproxima o máximo que pode da janela, inclinando-se para ver um pouco da luz do dia e descobrir onde está.

Alistair vê um grande grupo reunido não muito longe dali – e diante dele está Bowyer, todo pomposo e triunfante.

"Aquela Rainha feiticeira tentou assassinar seu noivo!" Bowyer grita para o grupo. "Ela me procurou com seu plano para matar Erec e se casar comigo em vez de se casar com ele. Mas seus planos fracassaram!"

Um grito indignado se ergue no meio da multidão, e Bowyer espera que eles se acalmem. Ele ergue seus braços e volta a falar.

"Vocês podem ficar calmos, e tenham certeza que eu não permitirei que as Ilhas do Sul sejam regidas por Alistair, ou qualquer outra pessoa que não eu. Agora que Erec está prestes a morrer, serei eu, Bowyer, que irei protegê-los, o segundo colocado na competição das ilhas."

Outro grito de aprovação irrompe entre a multidão, que começa a gritar:

"Rei Bowyer, Rei Bowyer!"

Alistair assiste à cena completamente horrorizada. As coisas estão acontecendo rápido demais, e ela mal consegue processar tudo aquilo. Aquele monstro, Bowyer – vê-lo simplesmente lhe enche de raiva. Aquele mesmo homem que havia tentado matar seu amado Erec estava bem ali, diante de seus olhos, alegando ser completamente inocente, e tentando culpá-la. E pior de tudo, ele seria nomeado Rei, Não haveria justiça?

O que havia acontecido com ela não a incomoda tanto quanto a ideia de Erec estar sofrendo e morrendo aos poucos deitado em alguma cama, ainda precisando de seus cuidados. Ela sabe que se ela não completasse sua cura logo, em breve ele morreria. Ela não se importa se tivesse que ficar ali naquela masmorra para sempre por um crime que não havia cometido – ela apenas quer se certificar que Erec seja curado.

A porta de sua cela subitamente se abre, e Alistair se vira e vê um grande grupo de homens avançar para dentro dela. No centro do grupo está Dauphine, acompanhada pelo irmão de Erec – Strom, e pela mãe deles. Atrás do grupo ela vê diversos guardas reais.

Alistair se levanta para cumprimenta-los, mas suas algemas apertam seus calcanhares, causando uma dor alucinante em suas pernas.

"Está tudo bem com Erec?" Pergunta Alistair, desesperada. Por favor, digam-me a verdade. Ele está vivo?"

"Como ousa perguntar se ele ainda vive," dispara Dauphine.

Alistair olha para a mãe de Erec, torcendo para que ela tenha misericórdia.

"Por favor, apenas me diga se ele ainda está vivo," ela implora, com seu coração se partindo.

A mãe dele assente com uma expressão séria, olhando para ela com desaprovação nos olhos.

"Ele está vivo," ela diz suavemente. "Embora esteja gravemente doente."

"Leve-me até ele!" Alistair insiste. "Por favor. Eu preciso curá-lo!"

Levá-la até ele?” Dauphine repete. "Que audácia. Você não vai a qualquer lugar perto do meu irmão – na verdade, você não vai a parte alguma. Nós só viemos dar uma última olhada em você antes de sua execução."

O coração de Alistair se aperta.

"Execução?" ela pergunta. "Não existe juiz ou juri nesta ilha? Não existe um sistema de justiça?"

Justiça?” Dauphina fala, dando um passo à frente, com o rosto vermelho. “Você ousa clamar por justiça? Nós encontramos uma espada ensaguentada em suas mãos, nosso irmão moribundo em seus braços, e você ousa falar em justiça? A justiça foi servida."

"Mas estou lhes dizendo, eu não o matei!" Insiste Alistair.

"Ah, é verdade," diz Dauphine, sua voz cheia de sarcasmo, "um homem mágico e misterioso entrou no quarto e o matou, e então desapareceu e colocou a arma em suas mãos."

"Não foi um homem misterioso," Alistar fala. "Foi Bowyer. Eu vi com meus próprios olhos. Ele matou Erec."

Dauphine faz uma careta.

"Bowyer nos mostrou o pergaminho que você escreveu para ele. Você o pedia em casamento, contando que planejava matar Erec e se casar com ele depois disso. Você é uma mulher doente. Por acaso ter meu irmão e se tornar rainha não eram o suficiente para você?"

Dauphine entrega o pergaminho para Alistair, e o coração de Alistair se contrai enquanto ela lê as palavras:

Assim que Erec morrer, passaremos nossas vidas juntos

"Mas essa não é a minha caligrafia!" Protesta Alistair. "Esse pergaminho foi falsificado!"

"Ah, claro, tenho certeza que sim," Dauphine diz. "Estou certa de que você tem uma explicação bastante conveniente para tudo isso."

"Eu não escrevi nada disso." Insiste Alistair. "Vocês estão ouvindo o que estão dizendo? Nada disso faz sentido. Por que eu mataria Erec? Eu o amo com todo o meu coração. Nós estávamos praticamente casados."

"E graças ao céus isso não aconteceu," completa Dauphine.

"Vocês têm que acreditar em mim!" Alistair continua insistindo, dirigindo-se para a mãe de Erec. "Bowyer tentou matar Erec. Ele deseja ser rei. Eu não tenho interesse em ser Rainha. Eu nunca tive."

"Não se preocupe," Dauphine declara. "Você nunca se tornará uma. Na verdade, você nem mesmo viverá. Aqui nas Ilhas do Sul, nós fazemos justiça rapidamente. Amanhã mesmo, você será executada."

Alistair balança a cabeça, percebendo que não será possível argumentar com aquelas pessoas. Ela suspira com seu coração pesado.

"É por isso que vieram até aqui?" ela pergunta. "Para me dizer isso?"

Dauphine dá um sorriso e continua em silêncio, e Alistair pode sentir o seu ódio pela maneira como ela olha para ela.

"Não," Dauphine finalmente responde, depois de um silêncio pesado e profundo. "Foi para comunicar-lhe sua sentença, e para dar uma última olhada em seu rosto antes de enviar-lhe ao inferno. Faremos com que você sofra, da mesma forma que nosso irmão sofreu."

De repente, o rosto de Dauphine fica vermelho, e ela salta para a frente com as unhas estendidas. Tudo acontece tão rápido que Alistair não tem tempo de reagir. Dauphine dá um grito profundo ao mesmo tempo em que arranha o rosto de Alistair, puxando seus cabelos. Alistair ergue os braços tentando bloquear o golpe, e os outros se aproximam para tirar Dauphine de cima dela.

"Saiam de cima de mim!" Dauphine grita. "Quero matá-la agora!"

"A justiça será feita amanhã," Strom fala.

"Tirem-na daqui," ordena a mãe de Erec.

Guardas se aproximam e levam Dauphine da cela enquanto ela chuta e grita, protestando. Strom junta-se a eles, e logo a cela fica completamente vazia exceto por Alistair e pela mãe de Erec. Ela para ao lado da porta e se vira lentamente, olhando para Alistair. Alistair analisa o seu rosto procurando por qualquer sinal de bondade e compaixão.

"Por favor, você tem que acreditar em mim," Alistair diz com sinceridade. "Eu não me importo o que os outros pensam a meu respeito. Mas eu me importo com você. Você foi gentil comigo desde o primeiro instante em que nos conhecemos. Você sabe o quanto eu amo o seu filho. Você sabe que eu jamais faria isso."

A mãe de Erec a examina, seus olhos se enchem de lágrimas, e ela parece vacilar.

"É por isso que você ficou para trás, não é?" Alistair pressiona. "É por isso que você continua aqui. Por que você acredita em mim. Por que você sabe que eu tenho razão."

Depois de um longo silêncio, a mãe de Erec finalmente assente. Como se ela tivesse chegado a uma decisão, ela dá alguns passos na direção dela. Alistair pode ver que a mãe de Erec realmente acredita nela, e mal pode se conter.

A mãe dele se aproxima dela e a abraça, e Alistar retribui o gesto e chora em seu ombro. A mãe de Erec também chora e, finalmente, dá um passo atrás.

"Você tem que me ouvir," Alistair diz com urgência. "Eu não me importo com que vai acontecer comigo, ou com o que pensam a meu respeito. Mas Erec – preciso ir até ele. Agora. Ele está morrendo. Eu o curei apenas parcialmente, e preciso terminar a cura. Se eu não fizer isso, ele vai morrer."

A mãe dele olha para Alistair, como se estivesse finalmente percebendo que ela estava dizendo a verdade.

"Depois de tudo que aconteceu," ela fala, "você se importa apenas com meu filho. Posso ver agora que você realmente o ama de verdade – e que jamais teria feito aquilo com ele."

"Mas é claro que não," Alistair responde. "Foi tudo uma armação daquele canalha do Bowyer."

"Eu a levarei até Erec," ela diz. "Isso pode custar nossas vidas, mas se tiver que ser, morreremos tentando. Siga-me."

A mãe dele solta suas algemas, e Alistair rapidamente a segue para fora da cela, atravessando as masmorras e prestes a arriscarem suas vidas para salvar a de Erec.

CAPÍTULO OITO

Gwendolyn fica em pé na proa do navio, cercada pelo seu povo com o bebê em seus braços, deixando que a brisa acaricie o seu rosto. Todos continuam chocados enquanto navegam pelo oceano, já muito longe das Ilhas Superiores. Eles possuem apenas dois navios, tudo o que resta da vasta frota que havia partido do Anel. O povo de Gwendolyn, sua nação, todos os orgulhosos cidadãos do Anel, tinham sido reduzidos a algumas centenas de sobreviventes, uma nação de exilados, navegando sem rumo à procura de um lugar onde pudessem recomeçar. E todos estavam esperando que ela os liderasse.

Gwen observa o mar, examinando o oceano como já vinha fazendo há horas, imune ao frio enquanto encara o nevoeiro ao mesmo tempo em que se esforça para impedir que seu coração se parta. O bebê em seus braços havia finalmente adormecido, e Gwen não consegue parar de pensar em Guwayne. Ela sente raiva de si mesma; ela tinha sido estúpida por ter deixado que o pequeno barco com seu filho fosse levado pelo mar. Naquela hora, aquilo tinha lhe parecido um bom plano, a melhor forma de salvar seu filho da morte iminente. Quem poderia ter previsto o rumo dos acontecimentos, ou que os dragões poderiam ter sido desviados da ilha? Se Thor não tivesse aparecido naquele exato momento, certamente todos eles estariam mortos agora – e Gwen não tinha como prever isso.

Gwen havia conseguido, ao menos, salvar algumas pessoas de seu povo, alguns de seus navios, esse bebê, e eles haviam conseguido, pelo menos, escapar daquela ilha mortífera. Mesmo assim, Gwen ainda se arrepia toda vez que ouve o rugido de um dragão cortando o ar, cada vez mais distante à medida que eles se afastam. Ela fecha os olhos e estremece; ela sabe que uma batalha épica está sendo travada, e que Thor está no centro dela. Mais do que qualquer outra coisa, ela gostaria de estar lá, ao lado dele. Mas ao mesmo tempo, ela sabe que seria inútil. Ela não teria utilidade alguma contra os dragões, e apenas colocaria seu povo em risco enquanto Thor luta contra aqueles monstros.

A imagem do rosto de Thor aparece na mente de Gwen, apenas para desaparecer em seguida, sem lhe dar a chance de falar com ele, para lhe dizer o quanto ela sente a sua falta ou o quanto ela o ama, e isso parte o coração dela.

"Minha senhora, não estamos indo a parte alguma."

Gwendolyn se vira e vê Kendrick ao seu lado – e ao lado dele, Reece, Godfrey e Steffen, todos olhando para ela. Ela percebe que Kendrick estava tentando falar com ela há algum tempo, mas ela mal havia prestado atenção no que ele dizia. Ela olha para baixo e vê que suas mãos estão segurando a grade de madeira com força, e então volta a olhar para as ondas no oceano, pensando ter encontrado Guwayne várias vezes, apenas para perceber que tinha sido apenas uma ilusão cruel daquele mar cruel.

"Minha senhora," continua Kendrick, pacientemente, "seu povo espera que você lhes dê alguma orientação. Estamos perdidos. Precisamos de um destino."

Gwen olha para ele com tristeza.

"Meu filho é o nosso destino," ela responde com a voz carregada de amargura ao voltar-se novamente para o mar.

"Minha senhora, eu sou o primeiro a querer encontrar o seu filho," começa Reece, "mas ao mesmo tempo, não sabemos para onde estamos indo. Qualquer um de nós arriscaria nossas próprias vidas por Guwayne – mas você deve reconhecer que não sabemos onde ele está. Estamos navegando rumo ao norte há doze horas – mas e se as correntes marítimas o levaram para o sul? Ou para o leste? Para o oeste? E se nossos navios estiverem navegando cada vez mais longe dele?"

"Você não sabe se isso é verdade," Gwen responde, na defensiva.

"Exatamente," Godfrey comenta. “Nós não sabemos – é precisamente isso que estamos dizendo. Nós não sabemos de nada. Se continuarmos navegando por este vasto oceano, podemos nunca encontrar Guwayne. E podemos levar nosso povo para longe de um novo lar."

Gwendolyn se vira e olha para ele, seu olhar duro e firme.

"Nunca mais diga isso," ela fala. “Eu vou encontrar Guwayne. Mesmo que seja a última coisa que eu faça, mesmo que seja com meu último suspiro, eu o encontrarei."

Godfrey olha para baixo, e quando Gwen analisa seus rostos, ela pode ver tristeza, paciência e compreensão em cada uma de suas expressões. E naquele exato momento, sua indignação passa, e ela começa a perceber: eles a amavam. Eles amavam Guwayne. E todos eles tinham razão.

Gwen suspira enquanto seca uma lágrima e volta a olhar para as águas do mar, pensando: teria Guwayne sido engolido por uma onda do mar? Por um tubarão? Ele teria morrido de frio? Ela balança a cabeça, sem querer pensar nas piores possibilidades.

Ela também se pergunta se eles estariam certos: se ela estava mesmo levando todo seu povo a parte alguma. Sua capacidade de tomar decisões estava sendo influenciada por seu desespero em encontrar Guwayne. Até onde ela sabe, é possível que eles estejam na verdade se afastando dele. Ela sabe que aquele não é o momento para ficar deprimida, por mais que ela queira; é preciso pensar coletivamente, e se forçar a permanecer forte.

Guwayne voltará para mim, ela diz para si mesma. Se eu não encontrá-lo agora, eu o encontrarei de alguma outra forma.

Gwen se força a acreditar em seus pensamentos ao se preparar para tomar a decisão fatídica; ela não poderia prosseguir de outra forma.

"Muito bem," ela diz, voltando-se para eles e suspirando profundamente. "Mudaremos nossa rota." Seu tom havia mudado; sua voz agora carrega um tom de comando – é a voz de um comandante, de uma Rainha endurecida, que já havia perdido muitas coisas em sua vida.

Seus homens parecem aliviados com sua decisão.

"E para onde devemos ir, minha senhora?" Srog pergunta.

"Obviamente, não podemos voltar para as Ilhas Superiores," completa Aberthol. "As ilhas foram destruídas, e os dragões podem voltar."

"E também não podemos voltar para o Anel," emenda Kendrick. "Ele também foi destruído, e um milhão dos homens de Romulus agora o ocupam."

Gwendolyn pensa bastante, percebendo que eles tinham razão, e se sentindo mais perdida do que jamais havia se sentido antes.

"Nós teremos que procurar terra firme, e buscar um novo lar para o nosso povo," ela responde finalmente. "Não podemos voltar para onde estávamos. Mas antes de irmos, precisamos buscar Thorgrin."

Todos olham para ela, surpresos.

“Thorgrin?” Srog pergunta. "Mas minha senhora, ele está enfrentando os dragões, e também o exército de Romulus. Encontrá-lo significaria entrar no meio dessa batalha."

"Precisamente," Gwendolyn responde, sua voz carregada de determinação. "Se eu não posso encontrar meu filho, posso ao menos encontrar Thorgrin. Não prosseguirei sem ele."

A ideia de voltar para buscar Thorgrin, por mais irracional que lhe pareça, é a única coisa permitindo que Gwendolyn altere a rota do navio e desista temporariamente de sua buscar por Guwayne. De outra forma, o pesar simplesmente partiria seu coração.

Um longo e profundo silêncio se segue entre seus homens, enquanto todos se entreolham culpados, como se sentissem relutantes em lhe dizerem alguma coisa.

"Minha senhora," Srog finalmente começa, limpando sua garganta e dando um passo adiante. "Todos nós admiramos e amamos Thor, tanto como a nós mesmos. Ele é o mais guerreiro que jamais conhecemos. Mesmo assim, receio em dizer, não há como sobreviver contra todos aqueles dragões, ou contra os milhares de soldados do Império. Thorgrin se sacrificou por nós, para nos ganhar tempo, permitindo que escapássemos. Devemos aceitar esse presente. Devemos nos salvar enquanto pudermos – e não nos sacrificar também. Qualquer um nós daria nossa vida por Thorgrin – mas, receio que ele não esteja vivo mesmo que voltarmos para salvá-lo."

Gwen encara Srog por um longo tempo, algo se endurecendo dentro dela enquanto o único som que se ouve é o barulho das ondas do mar ao redor deles.

Finalmente, ela toma uma decisão e o encara com uma nova força no olhar.

"Nós não iremos a parte alguma até encontrarmos Thorgrin," ela declara. "Eu não tenho um lugar no mundo sem ele. Se isso nos levar ao centro da batalha, à profundidade do inferno, então é para lá que vamos. Ele nos deu sua vida – e nós lhe devemos a nossa."

Gwen não espera por uma resposta. Ela se vira de costas, segurando o bebê junto ao peito, e volta a olhar para o mar, deixando claro que a conversa havia terminado. Ela ouve passos atrás dela à medida que os homens lentamente se dispersam; ela ouve ordens sendo dadas, e vê quando o navio começa a virar, como ela havia ordenado.

Antes que o navio vire, Gwen dá uma última olhada para o espesso nevoeiro, mas ela sequer pode ver a linha do horizonte. Ela se pergunta o que haveria além dele, se é que havia algo. Guwayne estaria em algum lugar naquela direção? Ou não haveria nada exceto o oceano vasto e vazio? Enquanto ela observa, Gwen vê um pequeno arco-íris aparecer no meio do nevoeiro e ela sente seu coração se partir. Ela sente que Guwayne está com ela. E que ele está lhe dando um sinal. E ela sabe que jamais será capaz de interromper sua busca até finalmente encontrá-lo.

Atrás dela, Gwen ouve o barulho de cordas sendo estendidas e de velas sendo erguidas, e lentamente sente o navio começando a virar na direção oposta. Ela sente seu coração ficando para trás ao ser levada contra a sua vontade na direção oposta. Ela olha para trás o tempo todo, observando o arco-íris, se perguntando se Guwayne estaria em algum lugar naquela direção.

*

Guwayne balança sozinho no pequeno barco no meio do oceano, levado pelas ondas, para cima e para baixo como já fazia há horas enquanto a corrente marítima o levava em nenhuma direção específica. Acima dele a pequena vela de lona bate insistentemente contra o vento. Guwayne, deitado de costas, olha diretamente para ela, observando-a hipnotizado.

Ele tinha parado de chorar há muito tempo, desde que havia perdido sua mãe de vista, e agora ele fica simplesmente deitado ali, enrolado em seu pequeno cobertor, completamente sozinho no meio do mar, sem seus pais, e com nada além do balançar das ondas e daquela pequena vela.

O balanço do barco o faz relaxar – e quando ele de repente para, Guwayne é tomado pelo pânico. O barco para de se mover e se aloja firmemente em um banco de areia na praia, tendo sido levado pelas ondas. Ela para em uma ilha exótica ao norte das Ilhas Superiores, próximo da fronteiro norte no limite do Império. Irritado pelo fim do movimento de balanço, Guwayne começa a chorar por estar preso na areia.

Ele chora sem parar, até que seu choro se transforma em um grito histérico. Ninguém aparece para acalmá-lo.

Guwayne olha para cima e vê grandes pássaros – abutres – voltando em círculos e olhando para ele à medida que se aproximam. Pressentindo o perigo, seu choro se intensifica.

Um dos pássaros mergulha na direção dele, e Guwayne se protege, mas a ave de repente bate suas asas e se afasta, assustada com algo.

Um momento depois, Guwayne vê um rosto olhando para ele – e depois outro, e mais outro. Logo, dezenas de pessoas com rostos exóticos – membros de uma tribo primitiva, com grandes anéis de marfim no nariz – estão olhando para ele. O choro de Guwayne aumenta quando eles enfiam lanças pontudas em seu barco. Ele grita cada vez mais alto. Ele quer desesperadamente ver sua mãe.

"Um sinal dos mares," diz um deles. "Exatamente como nossas profecias disseram."

"É um presente do Deus de Ammã," fala outro.

"Os deuses devem querer uma oferenda," diz ainda outro.

"Isso é um teste! "Devemos devolver o que nos é dado," declara outro.

"Devemos devolver o que nos é dado!" repetem os demais, batendo suas lanças contra o barco.

Guwayne chora ainda mais alto, mas seu choro não surte qualquer efeito. Um homem sem camisa – alto e magro, com a pele esverdeada e grandes olhos amarelos brilhantes, estica o braço e pega Guwayne nos braços.

Guwayne grita ao sentir a textura de lixa da pele do homem, e mais ainda quando ele o segura com força e Guwayne sente o seu hálito.

"Um sacrifício para Ammã!" o homem diz.

Os homens aplaudem e todos se viram. começando a levar Guwayne embora da praia, andando em às montanhas, indo para o outro lado da ilha – rumo ao vulcão, que ainda libera fumaça. Nenhum deles para para olhar para trás, para olhar para oceano de onde eles acabavam de se afastar.

Mas se tivessem, mesmo por um instante, eles teriam visto um nevoeiro extraordinariamente espesso, com um arco-íris no meio, a menos de de cinquênta metros da praia. Atrás dele, despercebido por todos, o nevoeiro estava começando a se dissipar, até que finalmente o céu estava completamente limpo, revelando três navios que acabavam se dar a volta, de costas para a ilha, navegando na direção oposta.

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