Текст книги "Uma Terra De Fogo"
Автор книги: Morgan Rice
Жанр: Зарубежное фэнтези, Зарубежная литература
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CAPÍTULO NOVE
Thor fica deitando em cima de Mycoples, embalado pelas ondas, afundando lentamente no oceano e completamente cercado pela frota do Império. Ele fica deitado ali, seu corpo perfurado por dezenas de flechas, sangrando profusamente e sentindo uma dor excruciante. Ele sente sua força vital se esgotando enquanto se agarra a Mycoples, e sabe que ela também está morrendo. Há muito sangue na água ao redor deles, e pequenos peixes se alimentam à sua volta.
Eles afundam lentamente, a água atinge os calcanhares de Thor – e então seus joelhos e seu estômago à medida que Mycoples continua afundando. Nenhum dos dois tem forças para tentar resistir.
Finalmente, Thor se deixa levar e submerge, deixando sua cabeça afundar abaixo da superfície da água, fraco demais para impedir que isso aconteça. Quando isso acontece, ele ouve o barulho distante de flechas na água, atingindo seu corpo mesmo debaixo d´água. Thor tem a sensação de estar sendo atingido por milhares delas, como se todas as pessoas que ele já havia enfrentado em batalhas estivessem tendo sua vingança. Enquanto ele afunda, Thor se pergunta por que ele tinha que se sofrer tanto antes de morrer.
À medida que afunda cada vez mais em direção ao fundo do oceano, ele sente que sua vida não poderia terminar daquela forma. Ainda era cedo. Ele ainda tinha muitos motivos para viver. Ele quer mais tempo com Gwendolyn; ainda quer casar com ela. E quer tempo com Guwayne; quer vê-lo crescer. Ele quer ensinar seu filho o que significa ser um grande guerreiro.
Thor mal tinha começado a viver, tinha dado apenas seus primeiros passos como um verdadeiro guerreiro e Druida e agora sua vida estava prestes a terminar. Ele havia finalmente conhecido sua mãe, que havia lhe dado poderes mais intensos do que ela jamais havia imaginado, e que havia previsto mais missões para ele – missões ainda mais importantes. Ela também havia dito que ele se tornaria um Rei, Mas ela também havia dito que seu destino poderia mudar a qualquer momento. Ela tinha mesmo visto a verdade? Ou sua vida terminaria mesmo agora?
Thor pede para não morrer agora, e reza com toda sua fé. Ao fazer isso, ele se lembra das palavras de sua mãe: Você está destinado a morrer doze vezes. Em cada uma delas, o destino irá intervir, ou não. Vai depender de você, e de se você passou no teste ou não. Estes momentos de morte podem também se tornar momentos de vida. Você será testado e atormentando ao seu limite. Mais do que qualquer guerreiro já foi testado antes. Se você tiver a força interior suficiente para suportá-lo. Pergunte a si mesmo, quanto sofrimento você é capaz de suportar? Quanto mais você puder tolerar, mais forte você se tornará.
Enquanto Thor continua afundando, ele se pergunta: esse seria um daqueles testes? Esta poderia ser uma daquelas mortes? Ele sente que sim, que esse era um teste supremo de força, coragem e resistência. Enquanto ele afunda, com o corpo perfurado por flechas, ele não tem tanta certeza se seria forte o bastante para suportar.
Com os pulmões prestes a estourar, Thor está determinado a invocar o que resta de suas forças. Ele está determinado a se tornar mais forte do já era, e a acessar alguma forma de força interior.
Você é muito maior do que o seu corpo. Seu espírito é maior do que sua força. A força é finita; o espírito não tem limites.
Ele de repente abre seus olhos embaixo d´água, sentindo um calor arder dentro dele, como se tivesse renascido. Ele dá um chute, superando a dor das flechas de acertam o seu corpo, e nada até a superfície. Coberto de flechas, ele nada sem parar em direção à luz do sol – com os pulmões prestes a estourar, e finalmente atinge à superfície como um porco espinho gigante, lutando para respirar.
Ele usa sua força e impulso e, com um grito, se ergue no ar e salta no convés do navio mais próximo, caindo em pé.
Thor invoca uma parte primitiva de si mesmo e, de alguma forma, consegue ignorar toda a dor. Ele ergue o braço e arranca as flechas de seus braços, ombros, peito e pernas – arrancando-as de duas, três ou quatro por vez, até tirar todas elas. Ele solta um grito de batalha, sentindo-se mais forte que a dor à medida que vai removendo as flechas.
Diante de Thor há dois soldados do Império, que o encaram com olhos arregalados de pânico. Thor estica o braço, agarra os dois homens, e bate um contra o outro, nocauteando-os.
Ele ataca o grupo de soldados no navio; Thor chuta o homem mais próximo, enviando-o para trás contra os outros – mas não sem antes arrancar a espada de sua bainha. Thor ergue a espada e parte pra frente, avançando em direção à multidão atordoada, cortando e matando todos em seu caminho. Eles tentam reagir, mas Thor é como um furação, atravessando o navio e matando dois soldados antes que um deles pudessem bloquear seu golpe.
Ele atravessa o navio e luta até que não resta uma única alma viva a bordo. Ao atingir a proa, ele olha pra frente e vê Romulus diante dele, à frente de outro navio, encarando-o com espanto. Thor não hesita; ele dá um grito e arremessa sua espada.
A espada vai girando, brilhando sob a luz do sol bem na direção de Romulus.
Romulus, ainda em estado de choque, percebe tarde demais o que está acontecendo, se vira para tentar fugir.
Ele desvia enquanto corre, tentando fugir do golpe mortal – e escapa da morte certa. Mas Romulus não é rápido o suficiente para deixar de ser atingido: a espada acerta sua cabeça e arranca uma de suas orelhas.
Ele grita e cai de joelhos, erguendo as mãos para onde antes ficava sua orelha enquanto sangue escorre entre seus dedos.
Thor sorri, satisfeito. Ao menos ele havia tido alguma satisfação – mas Romulus ainda estava vivo.
De repente, todos os soldados do Império dos outros navios começam a se organizar, e lançam flechas e arremessam lanças na direção de Thorgrin, que permanece ali completamente exposto.
Thor vê o ataque, um mar negro prestes a matá-lo, e desta vez, ele fecha os olhos e ergue as mãos, invocando seu poder interior. Ele lança um globo de luz à sua volta, um escudo dourado que repele as flechas e lanças assim que elas se aproximam.
Thor continua ali, invencível, no meio de todos aqueles homens, e ergue as mãos para o céu determinado a matar todos eles.
Ele sente a energia celeste entrando pelas palmas de suas mãos; e também sente a energia marítimas refletindo a energia do céu. Thor se sente unido ao poder do universo – como uma grande corrente, mais forte do que ele jamais poderia ter imaginado. Ele sente a própria essência do ar e da água, e sente que seria capaz de controlá-la.
Que os céus se enraiveçam; Que os oceanos se agitem, Thor ordena silenciosamente. Eu ordeno. Em nome da justiça. Acabe com este mal que eu vejo diante de mim, de uma vez por todas.
Enquanto Thor continua ali, lentamente, algo começa a acontecer: ele sente o vento se intensificar, e ao abrir os olhos, ele vê que o dia ensolarado havia ficado escuro. Nuvens pesadas e escuras se aproximam, ele ouve trovões e raios cruzam o céu. O mar fica agitado, e seu navio começa a balançar com o oceano tempestuoso.
Ele ouve outro trovão, e Thor sente as ondas ficando mais fortes, seu navio sobe e desce à medida que o vento se torna mais forte e a chuva começa a cair.
Universo, eu o invoco. Você e eu somos um só. Eu estou com você. Sua luta é a minha luta.
Thor dá um grito intenso, e todo o horizonte se ilumina com raios, que não desaparecem. Ele ouve mais trovões, repetidas vezes, tão altos que os navios parecem tremer, e Romulus e todo o exército do Império se vira – com medo nos olhos, e olha para o horizonte.
Thor observa espantado quando, de repente, uma onda enorme aproxima deles.
Romulus e os outros gritam de pânico, erguendo os braços para se protegerem.
Mas não há nada que possam fazer. Eles estão no caminho da ira dos mares, e quando a grande onda se aproxima, em questão de instantes os navios são levados por ela, subindo até sua crista como formigas.
Aquela é a maior onda que Thor já tinha visto – tão alta como uma montanha – e ele também é levado por ela, subindo com o resto do Império. Thor sobre dezenas de metros, e depois mais dez, e mais dez – e assiste horrorizado quando a onda começa a arrebentar, e ele começa a despencar com o restante dos barcos, caindo com um frio na barriga. Os gritos dos soldados do Império são abafados pelo vento e pela chuva, assim como o grito de Thor. Quando ele olha para baixo, caindo na direção do oceano, Thor sabe que o impacto o esmagaria. Ele havia invocado uma tempestade que nem mesmo ele era capaz de controlar.
Enquanto Thor se prepara para morrer, ele sente que, se pudesse encontrar conforto no fato de que iria morrer, seria no fato de que, ao menos, ele havia derrotado todo o Império.
Obrigado, meu Deus, ele pensa, por essa vitória.
CAPÍTULO DEZ
Alistair segue a mãe de Erec através da noite à medida que ela a guia pela escuridão pelos corredores estreitos da corte, seu coração acelerado enquanto ela tenta acompanhá-la sem ser vista. Suas sombras são projetadas nas paredes e caminhos de pedras, e a única fonte de luz vem de tochas esporádicas presas às paredes, e Alistair – recém libertada, não consegue evitar sentir-se como uma criminosa.
A mãe de Erec finalmente se aproxima de uma parede a abaixa, fora do campo de visão dos guardas, e Alistar se junta a ela. Elas se ajoelham em silêncio, prestando atenção enquanto observam a passagem dos guardas, e Alistair torce para que eles não notem a presença delas. A mãe de Erec tinha esperado até o anoitecer para trazê-la até ali para que elas não fossem vistas, e elas haviam dado voltas por uma série de ruas e becos labirínticos que levavam da masmorra à casa real dos enfermos, onde Erec se encontrava. Finalmente, elas estavam perto, próximas o suficiente para que Alistair, ao olhar por cima do muro, pudesse ver a entrada da casa. Ela é bem guardada, e há uma dúzia de homens parados diante dela.
"Olhe para aquela porta," Alistair sussurra para a mãe dele. "Por que Bowyer a manteria tão bem guardada se ele está tão convencido que eu fui realmente a responsável pela tentativa de assassinato? Ele não colocou aqueles homens ali para a proteção de Erec – e sim para impedir que ele fuja, ou para matá-lo, caso ele se recupere."
A mãe de Erec assente para dizer que concorda com ela.
"Não será fácil conseguir passar por ele," ela sussurra. "Coloque seu capuz, olhe o chão e abaixe a sua cabeça. Faça o que eu mandar. Se isso não funcionar, eles a matarão. Você está disposta a correr esse risco?"
Alistair assente.
"Por Ere, eu sacrificaria a minha vida."
A mãe dele olha para ela, emocionada.
"Você pode fugir, se quiser, mas prefere se arriscar par curar Erec. Você realmente o ama, não é mesmo?" ela pergunta.
Os olhos de Alistair se enchem de lágrimas.
"Mais do que eu seria capaz de lhe dizer."
A mãe de Erec pega a mão dela e de repente se levanta, saindo de trás da parede, e leva Alistair diretamente até as portas do prédio, caminhando com orgulho até os guardas.
"Minhas Rainha," diz um deles.
Todos fazem uma saudação e começam a abrir passagem, quando de repente um guarda dá um passo adiante.
"Quem a acompanha, minha rainha?" ele pergunta.
"Como ousa questionar sua rainha?" ela dispara, sua voz fria feito o aço. "Se ousar falar assim novamente, você será removido de seu posto."
"Sinto muito, senhora," ele fala, "mas eu sigo apenas a cadeia de comando."
"Comando de quem?"
"Do novo rei, senhora – Bowyer."
A rainha suspira.
"Eu o perdôo desta vez," ela responde. "Se meu marido, o antigo rei, ainda estivesse vivo, ele não seria tão leniente. Para sua informação," ela completa, "essa é minha querida amiga. Ela ficou doente, e a estou levando para a casa dos enfermos."
"Sinto muito, minha rainha," o guarda responde com a cabeça baixa, enrubescendo e dando um passo ao lado.
Eles abrem as portas para ela e a mãe de Erec se apressa a entrar segurando a mão de Alistair – e Alistair, com o coração aos pulos e a cabeça baixa, ouve a porta bater atrás delas, respirando aliviada
A mãe de Erec estica o braço e remove o seu capuz. Alistair olha ao seu redor e percebe que elas estão dentro da casa dos enfermos, um prédio de mármore belíssimo, com tetos baixos e iluminado por tochas.
"Nós não temos muito tempo," elas diz. "Siga-me."
Alistair a segue pelos corredores, dando voltas e mais voltas, até que a mãe de Erec finalmente a instrui a colocar o capuz e se aproxima da porta dos aposentos dele. Desta vez, o guarda abre passagem sem fazer qualquer pergunta, e a mãe dele entra segurando a mão de Alistair.
"Todos vocês, deixem-nos a sós," a mãe de Erec pede para os guardas que estão dentro do quarto. "Desejo ficar sozinha com meu filho."
Alistair fica com a cabeça baixa. esperando com o coração batendo acelerado e torcendo para que ninguém a reconheça. Ela ouve passos se movimentando pelo quarto à medida que os guardas fazem fila para saírem dali e, finalmente, ouve a porta de madeira batendo atrás dela e uma tranca de ferro sendo colocada no lugar.
Alistair remove o capuz e vasculha o quarto imediatamente, à procura de Erec. O lugar está iluminado pela luz fraca de uma única tocha, e Erec está deitado em uma cama real no lado oposto do quarto embaixo de peles luxuosas, e seu rosto está mais pálido do que ela jamais o tinha visto.
"Ah, Erec," Alistair diz, correndo em sua direção e irrompendo em lágrimas ao vê-lo naquela situação. Ela sente a energia dele antes mesmo de se aproximar, e sabe que é uma energia mórbida. Ela sente que sua força vital está se esgotando. Ela havia se ausentado por muito tempo. Alistair sabe que não deveria estar tão surpresa; a primeira cura que ela havia ministrado tinha sido apenas o suficiente para reanimá-lo. Teria sido necessária uma sessão mais longa para impedir que ele morresse, e muito tempo havia se passado desde então.
Alistair corre para junto de Erec, e segura a mão dele entre as suas, encostando-as em sua testa enquanto chora. Ele está frio ao toque. Ele não se move, nem mesmo movimenta suas pálpebras. Ele continua deitado, perfeitamente imóvel, como se já estivesse morto.
"É tarde demais?" a mãe dele pergunta, ajoelhando-se do outro lado da cama, com uma expressão de pânico no rosto.
Alistair balança a cabeça.
"Pode ser que ainda haja tempo," Alistair responde.
Ela se debruça sobre ele e coloca ambas as palmas sobre o peito de Erec, enfiando as mãos sob a camisa dele e encostando-as em sua pele. Alistair pode sentir seu coração batendo, embora bastante fraco, e então ela fecha os olhos.
Ela invoca todos os poderes que possui, forçando-se a trazer Erec de volta à vida. Ao fazer isso, um calor tremendo atravessa seus braços e mãos, e então ela sente ele deixando o seu corpo e entrando no corpo de Erec. Ela vê suas mãos ficando pretas, e percebe o quanto Erec estava precisando daquilo.
Alistair fica ali por muito tempo.
Ela não sabe quantas horas haviam se passado quando ela finalmente abre os olhos, sentindo algo sutilmente mudar dentro dela. Alistair olha para baixo e vê Erec abrindo os olhos pela primeira vez. Ele olha diretamente para ela.
"Alistair," ele sussurra.
Ele ergue uma mão trêmula e segura o pulso dela.
Alistair chora, e mãe dele também.
"Você voltou," sua mãe diz, entre lágrimas.
Erec se vira e olha para ela.
"Mãe," ele diz.
Os olhos de Erec voltam a se fechar, e fica claro que ele ainda está muito fraco e exausto; ainda assim, Alistair percebe que a cor está voltando para o seu rosto, e sua força vital está sendo restaurada. Lentamente, ele começa a ficar mais corado. Ela fica exultante, e ao mesmo tempo exaurida.
"Ele vai ficar fraco por um bom tempo," informa Alistair. "Pode ser que leve semanas até que ele possa ficar em pé em andar. Mas ele vai sobreviver."
Alistair se debruça sobre ele mais uma vez, exausta, e quase cai em cima da cama – tendo passado toda sua energia para ele. Ela sabe que também precisará de um bom tempo para se recuperar.
A mãe de Erec olha para Alistair com uma expressão de profundo amor e gratidão.
"Você salvou meu filho," ela diz. "Posso ver agora o quanto eu estava errada. Percebo que você não teve qualquer relação com a tentativa de assassinato dele."
"Eu jamais faria mal algum a Erec."
A mãe de Erec assente.
"E agora você deve provar isso para o nosso povo."
"Mas toda essa ilha já me julga culpada," declara Alistair.
"Eu não permitirei que nada lhe aconteça," afirma a mãe dele. "Você é como uma filha para mim. Depois desta noite, eu mandaria a mim mesma para as masmorras que eu permitisse que qualquer mal fosse feito a você."
"Mas como você provará a minha inocência?" ela pergunta.
A mãe de Erec pensa por alguns instantes, e então seus olhos se iluminam.
"Existe um meio," ela finalmente responde. "Uma forma de você mostrar a todos eles."
Alistair olha para ela com seu coração batendo acelerado.
"Diga-me," ela pede.
A mãe dele respira fundo.
Aqui nas Ilhas do Sul, temos o direito ao desafio. Se você desafiar Bowyer à Bebida da Verdade, ele não terá escolha a não ser concordar."
"O que é isso?" Pergunta Alistair.
"É um ritual antigo, praticado pelos meus antepassados. No penhasco mais alto, temos uma fonte que águas mágicas, as águas da verdade. Quem mente e bebe daquela água morre. Você pode desafiar Bowyer a bebê-la. Ele não pode se recusar, ou então todos irão presumir que ele está mentindo. E se ele estiver mentindo, como você diz, então as águas certamente o matarão – provando a sua inocência."
Ela olha para Alistair com sinceridade.
"Você está preparada para enfrentar o desafio?" ela pergunta.
Alistair concorda, encantada com a oportunidade de provar sua inocência, por saber que Erec sobreviveria, e por saber que sua vida estava prestes a mudar para sempre.
CAPÍTULO ONZE
Romulus abre lentamente os olhos, sendo acordado finalmente pelo som das ondas arrebentando e pela sensação de algo rastejando em seu rosto. Ele olha para cima e vê um caranguejo roxo de quatro olhos andando em cima dele. Ele o reconhece imediatamente: o animal é nativo do continente do Anel. Seus quatro olhos estreitos se abrem e o animal abre a boca para mordê-lo.
Romulus reage instintivamente e, erguendo o braço, agarra o animal em sua mão e o esmaga lentamente. Suas garras cortam a sua pele, mas ele não se importa. Ele ouve o animal gemendo, encantado com o som de seu sofrimento, e continua a esmagá-lo deliberada e lentamente. Ele morde e belisca sua mão, mas ele não se importa. Ele quer esmagar a vida daquela criatura, prolongando o sofrimento dela o máximo que fosse possível.
Finalmente, com o líquido do animal escorrendo pela sua mão, a criatura morre, e Romulus arremessa seu corpo na areia, desapontado que a luta tivesse acabado tão cedo.
Outra onda arrebenta, passando por cima de sua cabeça, cobrindo seu rosto, e Romulus salta para cima, coberto de areia, e sacode a água gelada olhando ao seu redor.
Ele percebe que tinha estado desacordado, levado pela maré até a praia, e percebe que está na costa do Anel. Ele se vira e vê milhares de corpos, todos levados pelas ondas, espalhados até onde seus olhos são capazes de enxergar. Aqueles são os corpos de seus homens, milhares deles, todos mortos e inertes naquela praia.
Ele volta a olhar para o mar e vê milhares de outros corpos flutuando nas ondas, lentamente sendo trazidos para a areia junto com os outros. Tubarões mordiscam os cadáveres e, ao longo da costa, caranguejos roxos cobrem a prais, devorando os corpos dos soldados mortos em um verdadeiro banquete.
Romulus olha para o oceano, calmo naquele momento, e observa o amanhecer de um dia perfeito, tentando se lembrar do que havia acontecido. Houve uma tempestade e uma grande onda, maior do que qualquer coisa que ela jamais imaginou ser possível. Sua frota inteira tinha sido destruída – como um brinquedo nas mãos do oceano. De fato, quando Romulus vasculha as águas, ele vê detritos por toda parte, pedaços de madeira do que antes costumava ser a maior frota da história flutuando ao longo da costa, o que resta da sua frota agora bate contra os corpos de seus homens, e agora é apenas uma piada cruel. Ele sente algo em seus tornozelos, e olha para baixo e vê os restos de um mastro batendo em sua canela.
Romulus se senta grato e espantado por estar vivo. Ele percebe quanta sorte havia tido por ser o único sobrevivente entre todos os seus homens. Ele olha para cima e mesmo que ainda seja cedo, ele pode ver a lua crescente, e sabe que o ciclo da lua ainda não havia terminado – e que esse era o único motivo pelo qual ele havia sobrevivido. Ao mesmo tempo, ele sente medo ao examinar o formato da lua e perceber que seu ciclo está quase chegando ao fim. O feitiço terminaria a qualquer momento, e sua invencibilidade chegaria ao fim.
Romulus pensa em seus dragões – mortos, e em sua frota – destruída, e percebe que tinha cometido um erro ao perseguir Gwendolyn. Ele havia ido longe demais; e tinha subestimado o poder e a força de Thorgrin. Ele percebe agora, tarde demais, que deveria ter se contentado com o que tinha. Ele deveria ter ficado no continente do Anel.
Romulus se vira e olha para o Anel, para o Deserto que circula a costa, e além dele, para o Canyon. Pelo menos, ele ainda tinha seus soldados ali, os que ele tinha deixado para trás; ao menos, ele ainda tinha um milhão de homens ocupando aquelas terras, e pelo menos ele havia destruído tudo ali. Ao menos, Gwendolyn e seu povo jamais poderiam retornar para aquele lugar – e o Anel finalmente pertencia a ele. Aquela tinha sido uma vitória amarga.
Romulus volta a olhar para o oceano, e percebe que agora, sem seus dragões e sem sua frota, ele teria que desistir de perseguir Gwendolyn – especialmente com o ciclo de sua lua chegando ao fim. Ele não teria escolha ao não ser retornar ao Império – com uma vitória parcial, mas com a vergonha da derrota, a vergonha de uma frota completamente derrotada. Humilhado mais uma vez. Quando perguntado onde estava sua frota, ele não teria nada a mostrar para o seu povo – apenas um mísero navio que ele havia deixado no Anel para levá-lo de volta ao Império. Ele voltaria como o conquistador do Anel – mas ao mesmo tempo profundamente humilhado. Mais uma vez, Gwendolyn havia escapado.
Romulus se inclina para trás, ergue as mãos para os céus e grita com ódio, com as veias do pescoço salientes:
“THORGRIN!”
Seu grito é recebido apenas por uma águia solitária, que voa em círculos e grita de volta, como se estivesse zombando dele.
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